Cartografia geológica da porção oeste do município de Unaí-MG


Autores

1Moura, F.G.; 2Campos, J.E.G.; 3Paschoal, V.S.

1UNB Email: fmouraunb@gmail.com
2UNB Email: eloi@unb.br
3UNB Email: victorscardua@gmail.com

Resumo

A área de estudo compreende a região a noroeste do município de Unaí, na divisa do Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais e representa uma área chave para o entendimento da geologia regional da porção central da Faixa Brasília. De acordo com Dardenne (1978a) e Monteiro & Campos, (2006) neste setor ocorrem rochas atribuídas aos grupos Vazante, Canastra, Paranoá e Bambuí, além de pequenas janelas do alto do embasamento que aflora em função de processos erosivos. O Grupo Canastra, (Barbosa, 1955; Barbosa et al, 1970) inclui uma associação de metassedimentos psanopeliticos carbonatados metamorfisados em fácies xisto verde, Freitas Silva & Dardenne (1994) dividiram este grupo em três formações: Serra do Landim, Paracatu e Chapada dos Pilões. Os metassedimentos do Grupo Vazante compõem uma espessa sequência pelítica-carbonatada de origem marinha, aflorante em uma faixa N-S de aproximadamente 250 km, em contato tectônico com os grupos Canastra, a oeste, e Bambuí, a leste entre as cidades de Coromandel (ao sul) e Unaí (ao norte) no noroeste do estado de Minas Gerais (Dardenne et al, 1998), esse grupo é dividido em sete formações da base para o topo: Formação Retiro/ Santo Antônio do Bonito, Formação Rocinha, Formação Lagamar, Formação Serra do Garrote, Formação Serra do Poço Verde, Formação Morro do Calcário e Formação Serra da Lapa (Dardenne,2000). Inicialmente sugerido por Rimann (1917), o nome Bambuí foi aplicado para os sedimentos pelíticos e carbonatados de idade Neoproterozoica que recobrem diversas unidades da Faixa Brasília e do Cráton São Francisco, a litoestratigrafia desse grupo foi descrita por diversos autores, atualmente a divisão estratigráfica mais usada do Grupo Bambuí é a proposta por Dardenne (1978a, 1979), que subdivide o grupo em seis formações, da base para o topo: Jequitaí, Sete Lagoas, Serra de Santa Helena, Lagoa do Jacaré, Serra da Saudade e Três Marias. Utilizou-se mapeamento geológico-estrutural tradicional para levantamento de dados em associação com procedimentos laboratoriais. Foram realizadas análises em imagens de satélite, com o objetivo de extrair lineamento e contatos geológicos da área, as ferramentas utilizadas para tais resultados foram: Imagem OLI (Landsat8) e Modelo Digital de Elevação (SRTM). Com o mapeamento realizado na área foram descritas rochas das formações Sete Lagoas e Serra de Santa Helena atribuídas ao Grupo Bambuí; da Formação Serra do Landim do Grupo Canastra, e da Formação Serra da Lapa pertencente ao Grupo Vazante; além de duas restritas faixas de exposições de rochas do embasamento siálico próximo a frentes de empurrão regional. As unidades estratigráficas mapeadas na área são separadas por falhas de empurrão, que representam cavalgamentos de lascas tectônicas umas sobre as outras, de direção N-S e E-W, característica essa da tectônica convergente predominante na Faixa Brasília. Essas unidades apresentam compartimentos tectônicos, com litologias e evolução geológico-estrutural distinta, embora parecidas e com semelhanças no metamorfismo. Todas as unidades são influenciadas por tectônica dúctil e rúptil, a tectônica dúctil é representada por cavalgamentos, clivagens ardosianas, clivagens espaçadas, crenulações, kinkbands e dobras do tipo caixa, cilíndricas, dupla charneira e chevron. Já a tectônica rúptil é representada por grande quantidade de lineamentos (falhas e fraturas) de direção predominantes SE-NW. Os principais litotipos observados na área são: Filitos e calcifilitos intercalados com quartzitos finos a médios da Formação Serra do Landim (Grupo Canastra); Litoarenitos, metarenitosquartizosos puros, metarenitos com muscovita detrítica e clorita pós-diagenética, arenitos impuros, arenitos silto-argilosos grauvacas e folhelhos da Formação Serra da Lapa (Grupo Vazante) e Pelitos, margas pelíticas e lentes de calcário na Formação Sete Lagoas e pelitos com micas detríticas da Formação Serra de Santa Helena (Grupo Bambuí) e Tonalíticas e granonodiorítico que compõem o embasamento cristalino na região. Com os dados adquiridos em campo foi proposto o mapa geológico da área, que foi confeccionado com o apoio do software ArcGis10.3 e para o perfil geológico utilizou-se o software CorelDrawX6, foi utilizado também o software OpenStereo para a confecção dos estereogramas das medidas estruturais e as extensões Easy Calculate e Polar Plots do ArcGis para a produção da roseta de lineamentos da área.

Keywords

mapeamento geológico; geologia; Faixa Brasília

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