A questão da representação empregada na cartografia atual


Autores

1Ferreira, F.R.

1CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL Email: flavia.re@hotmail.com

Resumo

Criar um mapa requer conhecimentos da técnica (projeção adequada, escala de representação e normas gerais de diagramação) e do conteúdo (conhecimento geral de mundo no que diz respeito à diversidade das paisagens, e conhecimento das possíveis formas de se representar o que existe no mundo). O cartógrafo dispõe de variáveis visuais, tais como, cor, forma, espessura, textura, orientação, posição e tamanho para representar a realidade. A visão de realidade do cartógrafo pode ser a mesma, ou bem diferente, da visão de realidade do usuário do mapa e por isso o processo de comunicação é tão importante quanto à escolha dos signos (semiótica) que definem o corpo da mensagem cartográfica. Nesse sentido, há um problema quando o cartógrafo aprende a enxergar a realidade de forma doutrinada ou sistemática, porque essa rigidez do olhar pode suprimir a riqueza da sua criatividade. Os mapas que retrataram o Brasil no século XVI mostravam, por meio de desenhos ou signos, um território habitado por nativos, alguns até antropófagos, num ambiente abundante de cursos d’água, e de espécies vegetais e animais. Essa representação da paisagem descrevia suficientemente bem, para a época, “o que” e “quem” existia nesse território novo e também as relações sociais exercidas naquele ambiente. Na atualidade, usando programas computacionais sofisticados, não se consegue mostrar “o que” e “quem” existe nas paisagens, com a mesma representatividade dos mapas que foram feitos pelos cosmógrafos (cartógrafos da época dos Descobrimentos). Esse trabalho apresenta reflexões sobre a questão da representação empregada na cartografia atual.

Keywords

Cartografia; Representação; Interpretação

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