A linguagem cartográfica no ensino de geografia.


Autores

1Castro, S.M.; 2Araújo, L.S.; 3Silva, I.H.C.

1UERJ/FFP Email: suelen03geo@gmail.com
2UERJ/FFP Email: luiza_araujo_s@yahoo.com.br
3UERJ/FFP Email: isabelahabib@yahoo.com.br

Resumo

As representações cartográficas estão cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas, desde o mapa do tempo que aparece na mídia ou a maquete para orientação no shopping. Essas representações tem por objetivo informar seus usuários, quem cria uma representação cartográfica deseja se comunicar, informar algo espacialmente. Portanto a comunicação cartográfica permite que a pessoa utilize a cartografia para informar ou se expressar. Através dos traços cartografados pode-se estabelecer uma relação de comunicação entre quem os criou e quem irá ler os mesmos. De acordo com os parâmetros curriculares nacionais, nas aulas de geografia o professor precisa trabalhar as relações entre o processo histórico que regula a formação das sociedades humanas e a dinâmica da natureza, por meio da leitura do espaço geográfico e da paisagem. Assim, é preciso representar o espaço para analisá-lo, percebe-se então a importância de um processo de ensino-aprendizado em geografia que contemple a comunicação cartográfica, onde o aluno irá aprender como ler e produzir representações cartográficas. O presente trabalho tem como objetivos construir uma relação afetiva entre os alunos e os mapas, desenvolver a orientação espacial, bem como aproximar o conteúdo ensinado, nas aulas de geografia, ao cotidiano dos alunos e assim fazer com que o processo de aprendizagem seja prazeroso. Com este fim, estão propostas neste trabalho a análise de representações que os alunos possam ter contato no dia a dia, bem como a criação de representações cartográficas do espaço percebido dos alunos. Nesta criação eles poderão se expressar através de desenhos, possibilitando ao leitor desses conhecer o espaço vivido e percebido pelos alunos. Considerando a comunicação cartográfica, os desenhos, com intenção de mapas, permitirão aos professores olhar o espaço através da ótica do aluno, utilizando-os como ferramenta de diagnóstico de aprendizagem dos conteúdos trabalhados em aula. Como metodologia está sendo proposta a análise qualitativa de algumas atividades a serem realizadas em sala de aula, com alunos de 6º ano do ensino fundamental II. A primeira atividade tem como título “A cartografia no dia-a-dia”, representações cartográficas como o mapa turístico do Rio de Janeiro, a representação do metrô, maquete do shopping são mostradas aos alunos e em seguida é discutido a importância da cartografia no cotidiano, como atividade de fixação os alunos são instigados a lembrar e listar as representação cartográfica observadas em um período de tempo. A segunda consiste em um jogo, “Você Conhece?”, criado pelos autores, com o objetivo de perceber a relação dos alunos com a cidade em que eles moram. Contém um tabuleiro com o mapa de bairros da cidade do Rio de Janeiro, junto alguns cartões contendo informações sobre os bairros, cada cartão contém três informações sobre um bairro, e o aluno terá então três chances de acertar o bairro, decifrando as informações. A terceira, “Minha cidade, Minha história”, inspirada em atividade proposta pelo IBGE Vamos contar, também com o caráter de perceber a relação do aluno com a cidade, mas dessa vez descobrir qual a relação afetiva do aluno com os bairros da cidade, apresenta o mapa dos bairros da cidade do Rio de Janeiro e o aluno deve criar uma legenda e localizar onde aconteceram os fatos significativos em sua vida. Na quarta atividade, “Andando pela cidade”, o aluno deve traçar um mapa mental de um trajeto que costuma realizar com frequência, como o trajeto de casa para escola, nessa atividade objetiva-se que o aluno perceba que também pode construir mapas. Assim, o professor poderá analisar o material produzido pelos alunos e diagnosticar suas aquisições em relação ao processo de alfabetização cartográfica. Percebendo a noção de orientação e localização dos alunos, a proporção entre os elementos representados, a visão frontal e vertical, a representação por legenda e a habilidade para comunicação por meio da linguagem cartográfica. Com isso almeja-se que o aluno esteja familiarizado com os mapas, desconstruindo a ideia de que os mapas só aparecem nas aulas de geografia, ou são peças decorativas em alguns ambientes, aprendendo assim efetivamente o que são e para que servem os mapas e as demais representações cartográficas. Espera-se com este trabalho, pôr em prática uma proposta pedagógica alternativa para difusão da linguagem cartográfica, incentivando os educadores das escolas a trabalhar a cartográfica como meio de comunicação, e também a utilizar os mapas e as demais representações em suas aulas, especializando os conteúdos que serão ensinados, ressaltando o fato de que as representações cartográficas estão presentes no dia a dia dos alunos e que eles precisam saber ler as mesmas para compreender o espaço, assim como utiliza-las como forma de expressão, atuando como mapeadores. Referências: ALMEIDA, R. D. de; PASSINI, E.Y. O espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto,1994 ALMEIDA, R. D. de. Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola. São Paulo: Contexto,2001. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: História e Geografia 1º e 2º ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1997. SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo:Hucitec,1996. http://vamoscontar.ibge.gov.br/. Acesso em 05 de junho de 2017

Keywords

Representação; Cartografia; Ensino

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