Percepção do espaço geográfico por pessoas com necessidades específicas através da Cartografia Tátil


Autores

1Medeiros, E.M.; 2Gonçalves, H.A.F.; 3Sousa, G.M.; 4Filho, D.L.

1UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO Email: medeiroserika96@gmail.com
2UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO Email: hannaaimeefg@hotmail.com
3UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO Email: gustavoms@ufrrj.br
4UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO Email: limafilho.delson@gmail.com

Resumo

A Cartografia Tátil é um ramo da Cartografia destinado à confecção de mapas e outros produtos cartográficos que possam ser lidos por pessoas cegas ou com baixa visão (Loch, 2008). Tais mapas são considerados recursos educativos para a aprendizagem cartográfica dessas pessoas, aprendizagem esta, muito importante para a Ciência Geográfica. A produção de mapas táteis (representações gráficas em textura e relevo que servem para a localização tátil de determinados lugares para as pessoas com deficiência visual) vem crescendo em todo o mundo, entretanto, no Brasil esta produção ainda é incipiente diante da comparação (Loch, 2008). Nesta pesquisa objetiva-se analisar a percepção do espaço geográfico por pessoas cegas ou com baixa visão através da aplicação de mapas e maquetes táteis (produtos da cartografia tátil) onde busca-se trabalhar os conceitos básicos de cartografia, geomorfologia e geologia. Os mapas e maquetes elaborados tiveram a intenção de atender as duas demandas (pessoas cegas ou com baixa visão) e a análise desta percepção se deu através de questionários qualitativos que, por sua vez, foram apresentados oralmente aos participantes sendo documentado em forma de áudio. Cada uma das tecnologias utilizadas na construção de tais produtos se utilizavam de diferentes materiais, gerando diferenças em sua leitura tátil (Almeida, 2006), o que se torna fator crucial para a escolha da melhor tecnologia de representação 3D do espaço geográfico. O conceito de espaço geográfico é considerado por muitos autores como algo abstrato, muito diferente dos conceitos de paisagem ou de lugar, contudo, como compreender algo quando se é destituído da visão e todos os exemplos que lhe são dados são voltados para as pessoas visuais? (Oliveira, 2010). Pensando nisto, busca-se realizar uma análise do espaço geográfico que se é compreendido pelas pessoas cegas ou com baixa visão através da apresentação de conceitos da geografia física, como a própria cartografia, a geomorfologia e a geologia por meio da cartografia tátil na forma de mapas e maquetes táteis (Almeida, 2008). Para a realização deste trabalho foi necessário dividi-lo em cinco etapas: a primeira etapa constituiu-se na produção dos mapas e maquetes táteis; a segunda etapa na aplicação dos produtos táteis em crianças do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio possuidoras de alguma deficiência visual; a terceira etapa se deu na análise das críticas provindas após a primeira aplicação, esta análise se valeu de questionários qualitativos que foram apresentados (Vasconcelos, 1993 e Silva, 2013); após a análise (quarta etapa), foi necessária a atualização dos mapas e maquetes a fim de reaplicá-los; agora, para finalizar a pesquisa (quinta etapa), realizou-se a análise da percepção do espaço geográfico das crianças através da aplicação final dos mapas e maquetes táteis produzidos e atualizados pelo público a qual se destina. A fim de atingir os resultados esperados se fez necessária, ainda, uma pesquisa bibliográfica final acerca da Psicologia Cognitiva, ramo da ciência psicológica que investiga como as pessoas apreendem, recordam e pensam toda a informação que lhe é apresentada (Sternberg, 2000 In Silva, 2013) através da compreensão dos processos mentais originados da internalização dos estímulos do meio (Vigotsky, 1991); a partir disto pode-se concluir que a apreensão do conceito de espaço geográfico, entendido como o conjunto das relações entre as coisas, os objetos naturais e artificiais (que se resume em natureza) e a sociedade (Santos, 1985 In Andrade, 2008), por pessoas com necessidades específicas se dá por meio de estímulos que geram a “concretização” daquilo que só era imaginado (Oliveira et al, 2010); os estímulos propostos foram os mapas e as maquetes táteis e a adoção dos mesmos em ambiente escolar propõe a inclusão do público alvo em escolas regulares de ensino.

Keywords

Cartografia Tátil; Espaço Geográfico; Cegos e com Baixa Visão

ARTIGO COMPLETO

PATROCINADORES

CNPQ ISPRS GRSS

APOIO