UTILIZAÇÃO DO SERVIÇO PPP- IBGE NA METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DA EXATIDÃO DE PRODUTOS CARTOGRÁFICOS


Autores

1Euriques, J.F.; 2Gomes, A.; 3Krueger, C.P.; 4Delazari, L.S.

1UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Email: jorge.euriques@gmail.com
2UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Email: allangmss@gmail.com
3UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Email: cpkrueger64@gmail.com
4UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Email: luciene@ufpr.br.

Resumo

O termo exatidão está conexo ao grau de concordância de valores observados em relação à valores de referência estando, portanto, atrelado ao conceito de qualidade. Este conceito é muito abrangente não tendo uma definição clara e objetiva, visto que, é variável de acordo com o contexto em que está inserido. Na avaliação da exatidão ou da qualidade de produtos cartográficos é de extrema importância que tais produtos sejam avaliados ao menos em termos de precisão e acurácia dos elementos nestes representado. A avaliação da qualidade de tais produtos não é um processo trivial, visto que o próprio processo de confecção destes produtos é complexo. Esta complexidade está diretamente relacionada ao envolvimento de inúmeras etapas e pessoas no processo, o qual tem início na demanda por parte do usuário, envolvendo posteriormente etapas como o planejamento, aquisição de dados, confecção do produto e, posteriormente, a avaliação da qualidade deste produto gerado. Evidenciando-se que em todas estas etapas deve ser realizado o controle de qualidade. No Brasil muitas destas etapas não são realizadas integralmente. Isso se deve à motivos diversos, dentre os quais pode-se citar, por exemplo, a falta de metodologias práticas para realização destas avaliações, também como a falta de fiscalização acerca de processos de confecção e atestação da qualidade destes produtos considerando a adequabilidade destes à legislação vigente no país. O Decreto Lei 89817 de 1984 constante nas Instruções Reguladoras das Normas Técnicas da Cartografia Nacional apresenta, dentre outros tópicos, as classificações destes produtos em classes de acordo com a qualidade posicional que os caracteriza. Estas regulamentações foram baseadas em produtos analógicos tais como cartas impressas. Com o avanço da tecnologia e o advento da Era Digital aliado a popularização de computadores, Internet, Smartphones e demais surgiram novas tendências e avanços em diversos ramos das ciências. Na Cartografia e nas ciências geodésicas de modo geral, não poderia ser diferente. Com o avanço da Cartografia Digital surgem novos métodos e tecnologias para se produzir e utilizar dados geoespaciais. Para acompanhar este enfoque novas normas e regulamentações foram concebidas embasadas na legislação existente, dentre estas podem-se citar a Especificação Técnica para Aquisição de Dados Geoespaciais Vetoriais (ET-ADGV) elaborada pela Diretoria de Serviço Geográfico do Exército (DSG). Nesta foram estabelecidos, por exemplo, Padrões de Exatidão Cartográfica (PEC) para Produtos Cartográficos Digitais (PCD) e suas respectivas classes, as quais permitem classificar os produtos cartográficos em função da qualidade posicional do mesmo. Na metodologia clássica adotada para avaliação de produtos cartográficos exposta por Merchant (1982) posteriormente reafirmada por Galo e Camargo (1994) indica-se que esta avaliação pode ser efetuada por meio de análises estatísticas executadas com base no cálculo das discrepâncias entre as coordenadas de pontos notáveis, que estejam visíveis em campo e na imagem. A determinação das coordenadas destes pontos em campo pode ser efetuada de diversas maneiras, sendo normalmente utilizado o posicionamento por satélites por questões de praticidade, relação custo-benefício e independência das condições climáticas. Dentre os diversos métodos de posicionamento que podem ser empregados usualmente adota-se o método de posicionamento relativo estático, visto que, é o que proporciona resultados mais precisos, desde que considerados pressupostos, dentre os quais podem-se citar a necessidade de uma base com coordenadas precisas com rastreio simultâneo, tempo de rastreio compatível com a precisão esperada, máscara de elevação, averiguação de obstruções no local de rastreio, entre outros. Contudo, deve ser considerado que os resultados provenientes deste método são obtidos por meio de um pós-processamento que, em geral, demanda tratamento destes dados, tais como a análise de saltos de ciclo, resíduos da dupla diferença de fase, assim como a remoção de sinais de satélite, ou partes destes, de má qualidade, exigindo um conhecimento mais expressivo do usuário. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) por meio de seu serviço online PPP (Posicionamento por Ponto Preciso) efetua de maneira gratuita o pós-processamento de dados. Este serviço utiliza os dados provenientes estações da RBMC (Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo) assim como produtos do IGS (International GNSS Service) sendo neste efetuadas correções referentes às órbitas e relógios dos satélites, dos centros de fase da antena do receptor e dos satélites, cargas oceânicas e variações temporais das coordenadas além das filtragens necessárias. Resultando ao final do processo, coordenadas dos pontos de interesse referenciadas ao SIRGAS2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas) que é o Sistema Geodésico de Referência oficial do Brasil, e no ITRF (International Terrestrial Reference Frame). Para utilização deste serviço basta que usuário GPS (Global Positioning System) tenha um cadastro, facilmente realizado no site do IBGE, e que este envie o arquivo de rastreio com, no mínimo 48 horas após o rastreio, no formato universal RINEX ou Hatanaka. Nesta pesquisa almeja-se verificar a utilização do PPP na determinação de coordenadas dos pontos de referência para avaliação da exatidão de produtos cartográficos, visto que, é uma ferramenta que facilitaria a metodologia de avaliação, pois é um serviço que efetua o pós-processamento dos dados de maneira automatizada, bastando que o usuário envie o arquivo de rastreio e informe o tipo de rastreio, estático ou cinemático e a altura da antena. Será avaliada a qualidade posicional planimétrica de uma ortoimagem com resolução espacial de 20 cm a fim de classificá-la de acordo com o PEC-PCD(ET-ADGV). Esta avaliação será efetuada baseando-se principalmente em diretrizes estabelecidas por Merchant (1982) apud Galo e Camargo

Keywords

PPP; Produtos Cartográficos; Exatidão Cartográfica

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