A CARTOGRAFIA DOS 500 ANOS DO RECIFE – Um Estudo de Caso: Bairro do Recife – Pernambuco


Autores

1Victor Silva Menezes, A.; 2Mirelle Barreto de Morais, L.; 3Antunes Correia Marques de Sá, L.

1UFPE Email: andrevictorsm.27@gmail.com
2UFPE Email: l.barreto94@hotmail.com
3UFPE Email: lacms@ufpe.br

Resumo

A cidade de Recife, estado de Pernambuco foi fundada em 12 de março de 1537, em 2037 fará 500 anos. Recife emergiu da Freguesia de São Frei Pedro Gonçalves, na foz do rio Capibaribe, onde foi instalado um porto. No período colonial português recebeu o nome de Arrecife dos Navios, dado pelo navegador Pero Lopes de Souza, que registrou em seu Diário de Viagem (1530-1532). No período de 480 anos muitas mudanças ocorreram. A cidade se expandiu para Oeste ocupando as ilhas de Santo Antônio e de São José. Aterros, construções e demolições foram feitos, e a partir do resgate histórico, podem-se evidenciadas as alterações que marcaram a cidade. Segundo estimativas do IBGE (2016) a população do Recife é de 1.625.583 habitantes, com uma densidade demográfica 7389hab./km2, uma das mais altas do Brasil. O objetivo da pesquisa é recuperar a história do Recife através de mapas e da iconografia. O estudo começa pelo bairro do Recife, onde no século XVI teve início o povoamento, no final do istmo de Olinda, entre o mar e os rios Capibaribe e Beberibe. No século XVII, a cidade ficou vinte e quatro anos sob o domínio da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (1630-1654), e teve como administrador conde Maurício de Nassau. Recife sob o domínio holandeses recebeu os imigrantes judeus, que refugiados da inquisição, fugiram das perseguições na Europa. A primeira comunidade judaica das Américas foi criada, bem como a primeira e mais antiga sinagoga das Américas. A Sinagoga Kahal Zur Israel ou Congregação Rochedo de Israel. Em Abril de 1648, ocorreu a primeira Batalha dos Guararapes, os holandeses sofreram uma dura derrota, abrindo caminho para o ressurgimento do domínio português a partir de 1654. O início do XVII ficou marcado pelo surgimento de vilarejos e de engenhos de açúcar. Alguns engenhos foram se instalando ao longo do rio Capibaribe, que logo se firmou como hidrovia de escoamento da produção até o porto do Recife. A partir do Século XVIII, o desenvolvimento da cidade se apoia no comércio externo e a urbanização portuguesa incide de forma espontânea, caracterizada por ruas estreitas, que se abrem em pátios onde se destaca a construção religiosa. O porto do Recife foi palco de episódios que marcaram a sua vida social, como desembarque de personalidades ilustres, Santos Dumont, Joaquim Nabuco, o imperador Dom Pedro II e a imperatriz Dona Teresa Cristina, bem como as procissões fluviais realizadas por pescadores que eram devotos de Nossa Senhora dos Navegantes e de Nossa Senhora da Boa Viagem. Em novembro de 1771 foi elevada à categoria de vila com a denominação de Recife, de acordo com a Carta Régia de 19 de novembro de 1709. No Século XIX, a cidade já apresenta um tecido densamente urbanizado que corresponde ao atual centro histórico com aterros nas áreas alagadas e mangues. Recife foi elevada à categoria de cidade em 1823 e, em 1827, tornou-se capital da província de Pernambuco. No início do século XX o bairro do Recife era o local onde os boêmios perambulavam pelas madrugadas em busca de meretrizes, de bares, de bebidas alcoólicas. As mulheres do bairro eram chamadas por Ascenso Ferreira de damas da noite. Com o tempo, as belas construções se deterioraram e o bairro adquiriu um aspecto sombrio e desprovido de beleza. A partir de 1994 o processo de deterioração começa a ser revertido. O bairro adquire roupagem, surgindo um dos polos turísticos mais relevantes, o Recife Antigo.

Keywords

Cartografia histórica; monitoramento histórico; Recife

ARTIGO COMPLETO

PATROCINADORES

CNPQ ISPRS GRSS

APOIO