Mudanças no uso e cobertura da terra na zona de amortecimento da Estação Ecológica de Assis-SP


Autores

1Assalve, L.C.F.; 2Piroli, E.L.; 3Silva-fuzzo, D.F.

1UNESP - CAMPUS DE OURINHOS Email: laylaassalve@hotmail.com
2UNESP - CAMPUS DE OURINHOS Email: elp@ourinhos.unesp.br
3UNESP - CAMPUS DE OURNHOS Email: daniela@ourinhos.unesp.br

Resumo

A crescente degradação dos recursos naturais provenientes dos países industrializados e o aumento da população, após revolução industrial, tem acarretado o crescimento de áreas protegidas em quase todos os países do mundo, com diferentes objetivos e níveis de implantação.As Unidades de Conservação (UCs) são hoje uma das melhores estratégias de proteção ao patrimônio natural, assim como aos processos ecológicos que regem os ecossistemas, aos recursos abióticos e bióticos, além na manutenção da biodiversidade.É um grande desafio gerir um sistema de UCs de modo a garantir sua sustentabilidade a longo prazo.Além dos inúmeros problemas relativos à área da própria unidade, como a regularização fundiária, a fiscalização e a implantação da infraestrutura, os gestores enfrentam diversas dificuldades de relacionamento com a população lindeira e de controle dos impactos das atividades socioeconômicas desenvolvidas no entorno da UC.Para se obter o controle, reduzir ou mesmo proteger as UCs dos impactos negativos, são definidas as zonas de amortecimento (ZAs).Segundo o Sistema Nacional de Unidade de Conservação, que segue a Lei de nº 9.985/2000, define a Zona de Amortecimento (ZA) como o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade, isto é, têm a função de proteger sua periferia, ao criar uma área protetiva que não só as defende as ações antrópicas, como também protege o fragmento florestal.O conhecimento da distribuição espacial da cobertura e uso da terra é imprescindível no processo de tomada de decisões relativas à organização da atividade humana no espaço, neste sentido, os mapas de uso e cobertura da terra são instrumentos que auxiliam a cumprir essa função, diretamente associada as imagens de sensoriamento remoto que são capazes de registrar essas modificações.Vários estudos em sensoriamento remoto e com os produtos gerados por satélites, como sensores de alta resolução, podem fornecer dados de excelente qualidade, que proporcionam a análise de dados, produzindo informações para classificações de cobertura e uso da terra.Por meio dessas análises, podem ser gerados mapas temáticos que possuem classes (atributos) esses mapas são extremamente utilizados para gerenciamento, manejo, controle dos objetos inerentes às áreas estudadas.Sendo assim, a utilização dessas técnicas voltadas a classificação do uso terra, principalmente em área de ZA, para entender e analisar locais que sofreram ou ainda sofrem constantes interferências antrópicas, fundamentais para avaliar os efeitos decorrentes dessas mudanças.Desta forma, este trabalho justifica-se na utilização de operações de análise espacial por meio de um Sistema de Informações Geográficas (SIG), para melhor analisar as modificações no uso e ocupação da terra, na área de Zona de Amortecimento da Estação Escológica de Assis, visto que essas mudanças exercem uma influência direta na preservação da Unidade de Conservação, uma vez que a Estação Ecológica é responsável por preservar mananciais, fauna e principalmente a vegetação do Cerrado, ainda existente na região.A Estação Ecológica encontra-se no município de Assis, situado a sudoeste do Estado de São Paulo, segundo o plano de manejo, no ano de 2002, por ato do governo do Estado de SãoPaulo (Decreto Estudal 47.097, de 18/09/2002), a pedido da chefia da Seção de Assis, a área foi ampliada para 1.760,64 ha. Parte da área hoje é ocupada por vegetação de transição entre o Cerrado e a Floresta Estacional Semidecidual, sendo a única Unidade de Conservação que protege um fragmento floreltal.Foram utilizadas imagens dos satélites Landsat 5/TM (Thematic Mapper) do ano 2000 e Landsat 8/OLI (Operational Land Imager) do ano 2017, obtidas na Divisão Geral de Imagens (DGI), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).As imagens apresentam órbita 7/ponto 222, com uma resolução espacial de 30m e disponível a cada 16 dias respectivamente.Foram realizados os processamentos digitais das imagens e obtida a imagem de NDVI (Normalized Difference Vegetation Index), par os dois anos analisados, a partir da obtenção das imagens foi gerado um buffer selecionando a área de interesse baseada na Resolução CONAMA Nº 13/90 que estabelece um raio de 10 km a partir da área protegida para identificação da zona de amortecimento, onde será analisada as mudanças de uso, para a classificação de uso da terra foi utilizada a técnica supervisionada.Através de cada fonte de informação, foram identificadas aquelas que constituírem os elementos básicos para o levantamento e classificação da cobertura e do uso da terra, segundo o manual técnico de uso da Terra do IBGE.Os procedimentos foram executados em ambiente SIG (Sistema de Informação Geográfica) por meio do software ARCGIS-10.3, onde foram gerados os mapas temáticos.Os resultados mostraram modificações durante esse período de 17 anos, em 2000, a cobertura da terra que mais se destacava eram as culturas temporárias, dando a relevância para cultivo de cana-de-açúcar, no ano 2017, área canavieira manteve-se como predominante em quase toda área, porém, em destaque são as áreas campestre, que alcança a segunda maior área da zona de amortecimento, que em 2017 demostrou considerada redução em sua área, dando lugar para áreas urbanas e de culturas temporárias.A silvicultura aparece como uma outra forma de ocupação, durante o ano de 2000, porém em 2017, ela não obteve uma expansão.Pode-se concluir que por meio das técnicas de classificação foram possíveis realizar o acompanhamento temporal das modificações ocorridas na Zona de Amortecimento, acarretando em considerações relevantes para o entorno da UCs, sem uma devida preocupação podem trazer consequências em mananciais, a fauna e principalmente a vegetação do Cerrado.Portanto, para a minimização desses problemas, é necessário uma forma de manejo adequado e um te um trabalho de sensibilização da população.

Keywords

CLASSIFICAÇÃO ; ZONA DE AMORTECIMENTO ; SIGs

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