CLASSIFICAÇÃO DA COBERTURA E USO DA TERRA BASEADA EM OBJETO DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO - RJ


Autores

1Pimentel, J.; 2Santana, T.; 3Cardoso, P.; 4Jesus, B.; 5Vasconcelos, T.

1UERJ - FFP Email: jonaspimentel97@gmail.com
2UERJ - FFP Email: thaisdomett@hotmail.com
3UERJ - FFP Email: valentephc@gmail.com
4UERJ - FFP Email: biabix@hotmail.com
5UERJ - FFP Email: thativasconcelos30@gmail.com

Resumo

O mapeamento de uso e cobertura da terra é um levantamento que identifica de forma homogênea a tipologia de uso dentro de um determinado espaço possibilitando a interpretação de elementos naturais e antrópicos na paisagem. Conhecer o uso e cobertura da terra é fundamental para a compreensão dos padrões de organização espacial. O monitoramento, por meio de sensoriamento remoto, permite identificar as áreas ocupadas pelo homem e, quando não ocupadas, qual tipo de vegetação está presente na região. Segundo Jansen (2002), as mudanças de uso e cobertura da terra podem ocorrer de duas formas. A primeira seria a conversão de uma categoria de uso para outra. Como por exemplo, a mudança de cobertura florestal para pastagem. A segunda forma estaria correlacionada ao manejo, e seria a mudança dentro da própria categoria, como uma área que passa de pequenos campos agrícolas para agricultura irrigada. Desta forma, o mapeamento, assim como a detecção de mudanças no uso e cobertura da terra, tornam-se fundamentais na gestão do território além de demonstrar o estado de conservação da natureza através de indicadores ambientais. Estes deixaram de ser números ou estatísticas, pura e simplesmente, para tornarem-se representações do estado de um sistema, uma vez que são elementos específicos de monitoramentos. Consequentemente, os indicadores estão habilitados a guiar ações. Com o surgimento de novas técnicas de sensoriamento remoto, amplia-se a capacidade de detecção de alvos, permitindo geração de legendas mais detalhadas. As discussões atuais sobre o papel deste mapeamento giram em torno do desenvolvimento de metodologias mais poderosas para classificação. Neste contexto surgem novos classificadores como é o uso baseados em objetos, que busca simular a interpretação visual através de modelagem do conhecimento, ampliando a automatização e minimizando esforços de edição. Segundo Cruz et al (2007), a classificação orientada a objeto busca simular técnicas de interpretação visual através da modelagem do conhecimento para identificação de feições, baseada na descrição de padrões identificadores, tais como textura, cor, métrica, contexto. A escolha do munício de São Gonçalo como área de estudo, deve-se ao fato deste ser o segundo mais populoso do estado e pela configuração do espaço urbano ter se dado de modo que gerou alguns problemas urbano-ambientais que impactam bastante na vida da população local. Tem-se como objetivo principal aqui, a construção do mapa de uso e cobertura da terra do município de São Gonçalo na escala 1:25.000 utilizando classificação baseada em objeto com imagem “RapidEye”. Então, vêm sendo analisadas imagens do “RapidEye”, que é uma constelação de 5 satélites, com o sensor do tipo push-broom (varredura eletrônica) e resolução espacial e radiométrica de 6,5m e 12 bits, respectivamente. Estes satélites tem uma alta capacidade de revisita, podendo coletar até 4 milhões de km² e, tendo revisita diária (off-nadir) ou de 5,5 dias (nadir), podem ser realizadas várias tentativas de coletas, o que diminui a chance de não ter imagens para uma determinada área. Além disso, tem sido utilizado o software “eCognition” para a classificação dessas imagens baseada em objeto (Geographic Object Based Image Analysis - GEOBIA), onde é feita a segmentação delas, ou seja, a divisão da imagem em partes até que se tenha conseguido isolar o objeto de estudos para realizar a classificação, essa etapa é muito importante na avaliação das imagens. No processo de classificação será dada ênfase à modelagem Fuzzy sobre descritores espectrais, apoiada na seleção de áreas de treinamento (amostras). A análise Fuzzy fornece o grau de participação (pertinência) de um objeto para todas as classes definidas na legenda, cujos valores podem ser inseridos em novos contextos de classificação. A partir de análises iniciais, pode-se perceber uma predominância de áreas urbanizadas no município, que se estenderam até a margem de alguns rios, não respeitando as áreas de várzea dos mesmos, o que explica a população ser constantemente atingida pelas inundações. Estas e outras análises vem sendo realizadas para que se possa compreender as mudanças provocadas pelo desenvolvimento da cidade, principalmente no que diz respeito ao uso e cobertura da terra. De acordo com Rosa (1996, p. 99) apud Leite (2012, p. 91) “o sensoriamento remoto possibilita a obtenção de dados de forma rápida, confiável e repetitiva, em diferentes faixas espectrais e escalas (...)”. Além disso, tem-se a possibilidade de realizar uma análise das mudanças que ocorrem no espaço de forma um pouco mais “simples” devido à possibilidade de visualizar até mesmo áreas de difícil acesso. Porém, apesar das geotecnologias facilitarem as análises espaciais, o conhecimento prévio e a realização de trabalhos de campo na região são de grande importância para facilitar a identificação de possíveis erros e possibilitar a correção destes. Enfim, o presente trabalho visa contribuir para o acervo de informações sobre o município de São Gonçalo, definindo as classes de uso e cobertura da terra existentes nele, para que seja possível realizar inferências sobre sua dinâmica espacial, tais como a compreensão da dinâmica de ocupação, atual configuração territorial e as consequências (ou causas) dessa configuração.

Keywords

GEOBIA; Uso e cobertura da terra; RapidEye

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