CARTOGRAFIA E GEODESIGN: FUSAO DAS GEOTECNOLOGIAS NO PLANEJAMENTO TERRITORIAL URBANO


Autores

1Aguiar, T.; 2Oliveira, F.H.; 3Moura, A.C.M.; 4Ribas, R.P.

1UDESC - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA Email: tatizinha.mona@gmail.com
2UDESC - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA Email: chico.udesc@gmail.com
3UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Email: anaclaramoura@yahoo.com
4UDESC - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA Email: ribasgeo@gmail.com

Resumo

No âmbito do planejamento urbano, mesmo com uma evolução geotecnológica que permitiu produzir dados mais precisos e confiáveis sobre o planejamento do território, utilizando o sensoriamento remoto, aerofotogrametria e o sistema de posicionamento global, e da superfície terrestre com relativa fidelidade, ainda assim, o Brasil possui enorme carência de informações que auxiliem nas decisões sobre problemas da paisagem urbana. O Geoprocessamento, mesmo sendo uma tecnologia de baixo custo e de conhecimento local, por si só, não consegue dar conta de reverter a realidade, e nem de transformar os dados em ciência. Portanto, é imprescindível direcionar a formação dos futuros planejadores urbanos no sentido de ampliar sua consciência quanto a importância da fusão das geotecnologias disponíveis hoje, a fim de torná-los aptos a se apropriar dessa ferramentas tecnológicas nas suas rotinas de trabalho. As geotecnologias que embasam o planejamento territorial urbano estão cada vez mais indissociáveis. Para reconhecer e analisar o território a ser trabalhado, requer do profissional, um olhar holístico, voltado para as melhores tecnologias e instrumentos metodológicos disponíveis, em prol do desenvolvimento sócio espacial e ambiental. O SIG (Sistema de Informação Geográfica) é parte importante no processo de planejamento urbano, com capacidade de armazenar, gerenciar, cruzar e analisar uma gama de dados. Com a associação da estrutura metodológica do GeoDesign, denominação criada pelo autor, o Professor Doutor Carl Steinitz, o termo, é uma palavra inventada e útil para descrever uma atividade que não pertence a qualquer profissão singular de design, surgiu por meio da junção entre as palavras, Geo+Design. Significa desenhar “para” e “com” o território, a qual oferece uma estrutura de design e tecnologia com suporte para profissionais de design e urbanísticos a fim de alavancar informações geográficas, resultando em projetos mais realistas com sistema locais e naturais. O GeoDesign é um conjunto de conceitos e métodos, derivados tanto da geografia como de outras geociências com uma visão territorial para usar o conhecimento geográfico para projetar de modo ativo e conscientemente e inteligente. Este conjunto de conceitos e métodos que são projetados é uma teoria com processos integrados; CAD, GIS, BIM, Neogeografia, Geooeb, ArcSketch etc, os quais promovem ambientes urbanos mais sustentáveis e inteligentes, com informação de design digital, dados geoespaciais, infraestrutura modelos e outras documentações. Eles potencializam o emprego das geotecnologias em todas as etapas da gestão territorial, constituídos em uma framework (estrutura metodológica). Esta estruturação composta por seis etapas, as quais podem ser traduzidas por modelos destinados à caracterização, análise, simulação e proposição da paisagem, em interações e iterações de decisões que visam permitir a compreensão e participação de diferentes atores da questão urbana. Um dos objetivos do GeoDesign é uma mistura de informações baseadas na ciência, a qual permite a interação com o técnico, poder público e os cidadãos, tornando-as decisões mais eficientes e participativas. É a integração destas ferramentas com o conhecimento científico, unindo o que há de mais robusto nesta área. O GeoDesign liga o projeto a ciência e a ciência ao projeto. GeoDesign dá ao designer um poder de fazer ciência. Esta tecnologia gera produtos que se destinam à comunicação visual interativa de áreas de diversos interesses, desde o ambiental até o histórico e turístico, além de simulação de intervenção na paisagem/espaço construído. A sensação é de inserção na paisagem, pois o produto final explora efeitos de campo de vista do observador e de seu posicionamento no espaço. O SIG (Sistema de informação Geográfica) com toda a sua eficiência, ainda traz uma leitura simplificada atribuída em 2D. Para isto, a inclusão do software de modelagem em 3D, tal como o CityEngine. Em boa verdade, o CityEngine é um software de modelagem 3D, especializado em modelos de ambiente urbano, com uma vasta quantidade de técnicas inovadoras sobre modelagem processual em conteúdo 3D para arquitetura. Ele corrobora na modelagem paramétrica e usa os dados geográficos para criar projetos urbanísticos e de paisagens baseado em evidências. O sistema permite a importação de propostas de design urbano dentro do contexto urbano construído, em uma renderização de alta qualidade. Permitindo que o técnico crie, altere, teste as modelagens a fim de cumprir com os regulamentos de zoneamento, dessa forma o CityEngine fornece uma correção em perspectiva para capturar as visualizações corretas da paisagem urbana e dos objetos nela contidos, além de ser plenamente integrado ao ArcGIS. Com a sobreposição de informações, as Geotecnologias 2D e 3D permitem um resultado confiável, com a inserção da metodologia do GeoDesign, o planejamento transcende de um simples compartilhamento de informações a um ambiente de pesquisa, o que se difere das metodologias tradicionais, as lineares, em geoprocessamento, pois sua multiplataforma de dados amplificam o conhecimento do objeto de estudo SIG, os modelos e instrumentos de visualização, além da participação efetiva da comunidade. Considerando a relevância do planejamento territorial se reinventar, este artigo trata da importância da fusão teórico-prática entre a cartografia e o processo metodológico associado ao GeoDesign.

Keywords

Cartografia; GeoDesign; Planejamento Territorial

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