VULNERABILIDADE AMBIENTAL DO AQUÍFERO DA SUB-BACIA DO CÓRREGO DO MEIO EM GOIÁS: APLICAÇÃO DO MÉTODO GOD E POSH


Autores

1Macedo, B.L.; 2Oliveira, J.; 3Carneiro, A.F.S.

1UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Email: bruna.limamacedo0128@gmail.com
2UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Email: juoliveira0106@gmail.com
3UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Email: anafscarneiro@gmail.com

Resumo

Os aquíferos são formações geológicas que originam reservatórios subterrâneos naturais, onde a água se armazena e encontra-se disponível para ser extraída (Almeida, Rodrigues, Campos, 2006). A água subterrânea armazenada nos aquíferos representa cerca de 30% da água doce distribuída no planeta, sendo este um recurso natural explorado para abastecimento humano e cadeia produtiva dos municípios. Devido a grande importância desse potencial, é necessário um cuidado quanto à contaminação dos mananciais hídricos, devido o avanço no processo de urbanização e desenvolvimento industrial e atividades produtivas consumidoras de água. Tendo em vista a importância de tal recurso é essencial visar um gerenciamento adequado capaz de manter a qualidade natural da água subterrânea, considerando o risco de contaminação a vulnerabilidade diante de cargas contaminantes sobre o aquífero. A vulnerabilidade do aquífero à contaminação é o conjunto de características intrínsecas dos estratos que separam o aquífero saturado da superfície do solo, determinando sua suscetibilidade a sofrer os efeitos adversos de uma carga contaminante aplicada na superfície (Foster et al, 1987). Diante de uma gestão adequada para proteção da qualidade da água, alguns métodos são utilizados com a finalidade de estabelecer o grau de vulnerabilidade, dentre eles o GOD (Groundwater Ocorrence Overall litology of Aquifer Deph of Water) juntamente com o método POSH (Pollutant Origin and its Surcharge Hydraulically), permitindo identificar áreas que apresentam maior potencial de fragilidade. Com base neste contexto, o trabalho visa o estudo da sub-bacia do Córrego do Meio, utilizando o SIG (Sistema de Informações Geográficas) como ferramenta para visualização, manipulação e análise de dados espaciais, seguindo parâmetros estabelecidos nas metodologias de GOD e POSH. A sub-bacia do Córrego do Meio localiza-se no município de Santo Antonio de Goiás, abrangendo parcialmente os municípios de Nerópolis, Nova Veneza e Brazabrantes na região Centro- Oeste do Estado de Goiás. A área de drenagem do Córrego do Meio corresponde a aproximadamente 72 Km², e esta inserida na bacia hidrográfica no Rio Paraná, na sub-bacia hidrográfica do Rio Paranaíba. Para a elaboração do estudo de vulnerabilidade de aquíferos na região selecionada, foram utilizadas técnicas de geoprocessamento e de sensoriamento remoto. A disponibilização dos dados se deu pela plataforma digital do SIAGAS (Sistema de Informação de Águas Subterrâneas), onde é possível se encontrar um banco de dados de poços permanentemente utilizados. O método utilizado para a elaboração do mapa de vulnerabilidade do aquífero foi o GOD (Groundwater Ocorrence Overall Litoligy of Aquifer Deph of Water). Ele interpola três dados relacionados ao meio físico, (G) o tipo de aquífero referente à região (livre, semi-confinado ou confinado), (O) a litologia e (D) a profundidade dos poços selecionados para o estudo. O índice de vulnerabilidade de aquífero a contaminação varia entre 0 e 1 para cada etapa analisada. Quanto mais próximo a 0 menos vulnerável (mais estável) e quanto mais próximo a 1 mais vulnerável (menos instável, maior chance a contaminação). Todos os mapas gerados foram confeccionados no Software ArcGis 10.1. Para o mapa de vulnerabilidade de aquífero à contaminação, foi realizada a interpolação dos dados pela ferramenta IDW (Inverse Distance Weighted) da litologia, tipo de aquífero e profundidade dos poços, resultando o valor final da classificação GOD. Para o estudo e avaliação das atividades potencialmente contaminantes, utiliza-se o método POSH. Ele se baseia principalmente em duas características: a origem da atividade poluente e a sobrecarga hidráulica (capacidade de transporte do poluente para o sistema aquífero). O método consiste em associar a vulnerabilidade do aquífero com o tipo de atividade humana realizada no local. Os resultados obtidos através da analise são divididos em três níveis qualitativos de potencial gerador de carga contaminante no subsolo: reduzido, moderado e elevado. Para a elaboração do mapa de potencial contaminante (POSH) foi utilizado o Software ArcGis 10.1, ocorreu à interpolação dos dados pela ferramenta IDW (Inverse Distance Weighted) do resultado do método GOD com o uso do solo da região, gerando a classificação do método POSH. Ao todo, foram gerados 6 diferentes mapas, os que abrangem os atributos físicos da sub-bacia (litologia e uso do solo), localização da área de estudo e dos poços analisados, e os produtos referentes ao potencial contaminante (POSH) e vulnerabilidade de aquífero (GOD). A interpretação do material gerado demonstrou que a sub-bacia apresenta um baixo índice de contaminação do aquífero. As pesquisas relacionadas ao tema devem ser intensificadas no município, pois possuem poucos dados elaborados e disponibilizados. Entretanto, os profissionais de planejamento da região devem se alertar para o controle da contaminação e atividades contaminantes, antes que aumentem e seja difícil reverter o ocorrido. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CPRM, Centro de Pesquisas e Recursos Minerais. Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1107&sid=129>. Acesso em: 18 nov. 2015. FOSTER, S.; HIRATA, R.; GOMES, D.; D’ELIA, M.; PARIS, M. (2002). Groundwater Quality Protection: a guide for water service companies, municipal authorities and environment agencies. Washington, D.C, The World Bank. 114p., 2002. Estado de Goiás. Secretaria de Indústria e Comércio Superintendência de Geologia e Mineração. HIDROGEOLOGIA DO ESTADO DE GOIÁS. Goiânia, GO. 2006. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SANTO ANTONIO DE GOIÁS. Disponível em: <http://www.santoantoniodegoias.go.gov.br/demografia.php>. Acesso em: 18 nov. 2015. SISTEMA ESTADUAL DE ESTATÍSTICA E DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS DE GOIÁS (SIEG). Download Shapefiles (SIG). Disponível em: <http://www.sieg.go.gov.br> . Acesso em: 10 nov. 2015.

Keywords

Bacias hidrográficas; Contaminação de aquíferos; Vulnerabilidade

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