DETERMINAÇÃO DAS ÁREAS COM FRAGILIDADE AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE ITIRAPINA, SÃO PAULO, BRASIL


Autores

1Diego, P.T.; 2Luiz Eduardo, M.; 3Bruna, F.S.; 4João Vitor, R.G.; 5Livia, D.

1UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS Email: diego.peruchi@gmail.com
2UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS Email: lemoschini@ufscar.br
3UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS Email: brunafelixsantos_@hotmail.com
4UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS Email: joaovitorguerrero@yahoo.com.br
5UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS Email: diascclivia@gmail.com

Resumo

Em decorrência das intensas atividades antrópicas sobre o meio, torna-se essencial a análise das paisagens, em detrimento da proteção dos recursos naturais e culturais, com base em estratégias que envolvam o desenvolvimento e a melhoria das informações para as tomadas de decisões. Neste sentido, as ciências geográficas contribuem para o planejamento ambiental e o ordenamento territorial ao aproximar a ciência do espaço geográfico. Apresentando-se essenciais para estudos de planejamento ambiental, determinação da vulnerabilidade e fragilidade aos processos erosivos, a partir das unidades da paisagem mapeadas por meio de imagens de satélite. Para que o planejamento ambiental possa incorporar a análise das fragilidades do ambiente é necessário um estudo integrado de seus elementos, objetivando definir as áreas que requerem maior proteção ou que apresentam maiores restrições e, sobretudo, que necessitam de ações diferenciadas para a gestão por parte dos órgãos públicos. Diante destas considerações o objetivo deste trabalho consiste em analisar a fragilidade ambiental do município de Itirapina (SP), utilizando técnicas de geoprocessamento. O município de Itirapina-SP está localizado a 218km da capital paulista, entre as coordenadas 22º15'10" de latitude sul e 47º49'22" de longitude oeste, com uma população de 15.524 habitantes, tendo Brotas, São Carlos, Rio Claro, São Pedro, Corumbataí, Ípeuna, Charqueada e Analândia como municípios circunvizinhos (IBGE,2016). Foi utilizada a malha digital dos municípios brasileiros situação 2015 da base de dados digitais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da qual foi extraído o limite do município de Itirapina e as cartas planialtimétricas do IBGE na escala 1.50.000, folhas: SF-23-Y-A-I-1; SF-23-Y-A-I-2; SF-23-Y-A-I-3; SF-23-Y-A-IV-1, que compõem à área de estudo. Toda a base de dados foi georreferenciada no sistema de projeção geográfica Universal Transversa de Mercator (UTM) Fuso 23 Sul, datum SIRGAS 2000, utilizando-se as informações de declividade, geologia, pedologia e usos e cobertura da terra para realização do índice de fragilidade ambiental. Conforme as características de cada parâmetro analisado, foi atribuído um peso de acordo com as especificidades individualizadas, posteriormente reclassificadas em um intervalo entre 1 a 5, os quais foram categorizados de acordo com o grau de fragilidade sendo: (1=Muito Fraca, 2=Fraca, 3=Média, 4=Alta e 5=Muito alta). Foi identificado um destaque no grau de média de fragilidade representado por 60,18 do total da área de estudo, seguido pelo grau de alta fragilidade com 24,51%. O município de Itirapina apresenta problemas do ponto de vista conservacionista, frente aos processos de antropização. Essa condição interfere diretamente no grau de fragilidade ambiental em que as paisagens naturais estão sujeitas a perderem suas funções ecossistêmicas, interferindo de forma direta e indireta nos bens e serviços ambientais. Pode-se determinar uma concentração de cerca de 14,91% de áreas contempladas em um grau de fragilidade muito baixa a baixa (1 a 2), dadas regiões referem-se a locais com a presenta de vegetação nativa, onde destaca-se a presença de Áreas de Preservação Permanente. Além de serem áreas formadas por Latossolo, o qual apresenta um baixo grau de fragilidade, possuem declividades que não ultrapassam 20%. Por outro lado, mais de 85,09% da área de estudo está assentada em um grau de fragilidade média a muito alto (3 a 5), nestes locais destaca-se a presença dos Neossolos Quartizarênicos e Nitossolos Vermelhos, além de declividades que ultrapassam os 30%. As formações geológicas pouco contribuíram para a análise do grau de fragilidade ambiental da paisagem do município de Itirapina, em decorrência dos pesos atribuídos a cada formação serem considerados baixos. A área de estudo está inserida em uma região que apresenta um alto potencial relacionado as atividades agrícolas, fator atribuído principalmente a característica do revelo onde cerca de 96,00% da área de estudo localiza-se em locais de baixa declividades, além das características atribuídas aos solos. As características físicas e as variáveis bióticas e abióticas contribuíram para a determinação do grau de fragilidade ambiental ao qual o município de Itirapina vem sendo submetido ao longo do seu processo de ocupação do território, movido principalmente por questões econômicas, voltadas as commodities agrícolas impulsionadas pelas características ambientais presentes na área de estudo. Com a determinação do índice de fragilidade ambiental foi possível analisar o estado de conservação do município de Itirapina, além de correlacioná-lo com as características físicas, bióticas e abióticas encontradas na área de estudo. O município encontra-se em um grau intermediário de fragilidade ambiental, mas em decorrência do avanço das atividades agrícolas, do modelo produtivo introduzido no município, ações precisam ser tomadas imediatamente afim de resguardas e proteger a biodiversidade local. As áreas localizadas nos maiores graus de Fragilidade Ambiental (4 e 5), estão associadas as atividades agrícolas (cana-de-açúcar), e áreas urbanizadas (perímetro Urbano), desta forma reforça a necessidade de conservação das áreas de vegetação nativa assim como da produtividade dos sistemas agrícolas que ficam suscetíveis a impactos negativos acho avancem sobre áreas de baixa fragilidade. Os estudos relacionados as temáticas de fragilidade ambiental contribuem para o avanço das discussões dentro das ciências geográficas ao abordarem sobre a utilização dos recursos naturais e do ordenamento territorial, considerando a capacidade suporte dos ecossistemas, diretamente relacionada as caraterísticas especificas de cada paisagem natural. Desta forma, o presente trabalho contribui para as discussões do planejamento territorial, podendo ser aplicado tanto em pequenos quanto grandes municípios.

Keywords

Análise da paisagem; Planejamento ambiental; Uso e cobertura da terra

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