Aplicação da maquete topográfica como recurso didático na educação básica e sua diversidade: o futebol paulista em destaque


Autores

1Rauli, A.; 2Sena, C.

1UNESP/OURINHOS Email: andrerauli@hotmail.com
2UNESP/OURINHOS Email: carla@ourinhos.unesp.br

Resumo

O brasileiro tem como uma de suas paixões o futebol, esporte trazido da Inglaterra pelo paulistano Charles Miller no ano de 1885, e que com o passar dos anos se transformou em uma das identidades do brasileiro. Não é possível ignorar o imenso fenômeno que é o futebol no país (Bruni, 1994), mesmo depois da decepção na última copa (2014), com a derrota da seleção nacional na semifinal dentro do contexto de ser o país sede da competição, esse amor não se foi, continua sendo o esporte mais praticado no país, das ruas as escolas. A divisão de campeonatos no Brasil divide-se em competições estaduais e nacionais, cada qual com sua federação responsável e obedecendo a ordem da entidade máxima, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). É notável como as crianças, desde muito pequenas, já jogam e acompanham as competições. Dessa forma é possível aproveitar essa paixão dentro da sala de aula com os alunos, inclusive abordando questões cartográficas e de geografia em geral. O objetivo deste trabalho é apresentar uma experiência desenvolvida em uma escola da educação básica que juntou o interesse pelo futebol com alguns conceitos cartográficos. As maquetes topográficas têm sido muito utilizadas na escola para auxiliar na compreensão da representação do relevo nas cartas topográficas e como base para a discussão de temas como, tipos de relevo, hidrografia e clima entre outros, é também um recurso fundamental no ensino inclusivo voltado para pessoas com deficiência (SENA, 2008) pois facilita a compreensão de temas que são apresentados apenas de maneira visual. Porém é possível ampliar os temas sobrepondo informações ao relevo que se destaca na maquete. Neste trabalho, optou-se por elaborar a maquete topográfica do estado de São Paulo/Brasil e sobrepor a localização dos principais times de futebol desse estado. A técnica de construção da maquete baseou-se em Simielli (1991) e foi elaborada pelos pesquisadores para agilizar a aplicação da atividade em sala de aula, pois apresenta-se como uma técnica relativamente simples e rápida de construção. A maquete não foi construída pelos estudantes, mas levada pronta para a análise em conjunto com a legenda. Os dados sobre os times paulistas foram retirados do site da Federal Paulista de Futebol e dos sites dos próprios times, essas informações compuseram a legenda da maquete. A elaboração da legenda preocupou-se em ir além da identificação da localização de cada time, mas de trazer informações interessantes que despertassem a curiosidade dos alunos e pudessem ser utilizadas como introdução para a discussão de vários temas da cartografia como a distância de cada cidade sede com a capital, por exemplo. Além disso, alguns conteúdos da Geografia puderam ser abordados com destaque para a economia, características da população local e os aspectos culturais e históricos das cidades sede dos times. Foi proposta a apresentação da maquete e legenda para alunos da educação básica do oitavo e nono anos do Ensino Fundamental II, não foi elencado nenhum conteúdo específico para a utilização do recurso, a ideia foi identificar se o tema escolhido desperta a curiosidade dos alunos e quais conteúdos poderiam ser abordados a partir dessa primeira experiência, a mesma maquete foi mostrada para professores de Geografia que responderam a algumas questões relacionadas ao seu potencial em aula e os resultados foram muito positivos. O uso desse recurso é muito interessante onde a construção da maquete traduz-se, assim, em um processo de educação cartográfica e este raciocínio é válido tanto para as séries iniciais quanto para a aprendizagem na leitura e interpretação de cartas topográficas com estudantes do ensino superior, por exemplo. A Cartografia não é apenas mais um conteúdo dentro da Geografia, ela perpassa todos os outros conteúdos ao desenvolver as habilidades de orientação, localização, representação e leitura de mapas. (CAVALCANTI,2005). As possibilidades de trabalho na escola com as maquetes topográficas são infinitas e o futebol como tema principal é apenas mais uma prova do potencial desse tipo de representação como recurso didático. REFERÊNCIAS: BRUNI, José Carlos. “Apresentação”. (1994) in FAVERO, Paulo Miranda, Os donos do campo e os donos da bola: alguns aspectos de globalização do futebol. Dissertação (Mestre em Geografia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo. CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia e prática de ensino. Editora Alternativa. Goiânia. 2005. SENA, Carla C. R. G. de Cartografia tátil no ensino de Geografia: uma proposta metodológica de desenvolvimento e associação de recursos didáticos adaptados a pessoas com deficiência visual Tese (doutorado). Dep. de Geografia. FFLCH – USP. São Paulo. 2009. SITE OFICIAL ASSOCIAÇÃO FERROVIÁRIA DE ESPORTES, http://www.ferroviariasa.com.br/home Acesso em: 28 Março 2017 SITE OFICIAL FEDERAÇÃO PAULISTA DE FUTEBOL, http://www.futebolpaulista.com.br/Home/ Acesso em: 28 Março 2017) SITE OFICIAL SANTOS FUTEBOL CLUBE, http://www.santosfc.com.br/ Acesso em: 28 Março 2017 SIMIELLI, Maria Helena. et al. Do Plano Tridimensional: A Maquete como Recurso Didático. In Boletim Paulista de Geografia, Nº Semestre - São Paulo: AGB, AGB, 1991.

Keywords

cartografia escolar; maquetes; futebol

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