O USO DE RECURSOS DE GEOVISUALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO CARTOGRÁFICA: PROPOSTAS PARA O USO DA REALIDADE AUMENTADA


Autores

1Salomão Graça, A.J.; 2Pereira, G.H.A.; 3Pereira, V.S.A.; 4Conceição, E.S.; 5Cesario, R.F.; 6Messias, A.P.

1UERJ Email: alanjsg@gmail.com
2UERJ
3UERJ
4UERJ
5UERJ
6UERJ

Resumo

A crescente evolução da Cartografia desde o advento da cartografia assistida por computador na segunda metade do século XX, traz consigo uma gama de inovações nos campos epistemológico e aplicado da ciência cartográfica. Essas inovações redefinem as formas de coletar dados geográficos e apresentar informações cartográficas através dos mapas. Os mapas, como o produto cartográfico por excelência, por sua vez, passaram de representações analógicas para complexas estruturas de dados digitais, combinando elementos gráficos com atributos alfanuméricos descritivos, podendo ser armazenados em bancos de dados, exibidos de forma plana ou volumétrica, em uma ou múltiplas escalas, possibilitando interatividade, interoperabiblidade e superposição de múltiplos temas. Agora deve ser tácito que os mapas não são mais o tipo tradicional que a maioria de nós conhece bem desde as séries iniciais da vida escolar. Embora relevante e valioso o papel tradicional de um mapa na apresentação de dados, em meio digital, o mapa também deve nos fornecer uma interface flexível para exibição e análise dos dados geoespaciais. No contexto da geovisualização os mapas digitais vão além, permitindo interação com a propriedade da representação visual, constantes atualizações e, além disso, mapas tornam-se instrumentos que incentivam a exploração visual da visão de mundo representada. A geovisualização, ou visualização cartográfica, é um processo através do qual os mapas e gráficos são usados para obter informações sobre a informação geográficas mapeadas. Trata-se de um campo dentro da ciência da geoinformação, que se concentra no uso de uma linguagem gráfica dinâmica e interativa para gerar novas ideias e revelar novos conhecimentos a partir de conjuntos de dados digitais. Esse campo do conhecimento científico é capaz de envolver múltiplas disciplinas que contribuem para sua evolução teórica, tecnológica e empírica. A cartografia, ciência da computação, mineração de dados, visualização de informações, análise de dados exploratórios, design de interação homem-computador, ciência da informação geográfica e ciências cognitivas estão entre as disciplinas que podem contribuir. A pesquisa em geovisualização envolve a criação de ferramentas e desenvolvimento de teoria para apoiar essas atividades usando tecnologia e realizando experimentos e testes. Junto com estratégias de educação cartográfica já consagradas, como a produção de: mapas táteis, maquetes cartográficas, mapas auditivos (mapavox), a produção de desenhos manuais, a confecção de mapas ilustrados, e mais recentemente o uso de globos virtuais (Google Earth, ESRI Globe) e plataformas de mapeamento web (Google Maps, OpenStreetMap, Waze); o emprego de recursos tecnológicos que viabilizam a exploração dos dados geoespaciais possibilitam amplas aplicações da geovisualização no ensino de cartografia. A geovisualização pode beneficiar a ciência da informação geográfica de várias maneiras. Aqueles que estudam geovisualização desenvolvem teoria e prática para usar mapas altamente interativos e novos como interfaces para informações geográficas. Um dos recursos tecnológicos que permitem essa interface em um ambiente de exploração visual interativo é a Realidade Aumentada (RA). Os sistemas de Realidade Aumentada (RA) misturam a percepção sensorial do ambiente real e de objetos virtuais, sendo possível interagir de forma natural tanto com o ambiente real como com os objetos virtuais. Essa interação entre o usuário com o meio físico cainha junto as potencialidades do computador (incluído os dispositivos móveis) e seus respectivos periféricos, viabilizando uma interface gráfica para usuários imergirem. Com a proliferação de tecnologias com a Realidade Aumentada, criam–se oportunidades para o desenvolvimento de novos cenários de aprendizagem. Esta aprendizagem, aqui se entende como qualquer forma de apreensão de conhecimento, seja em ambiente escolar, educação técnica ou científica, ou mesmo na compreensão do espaço geográfico. O objetivo desse trabalho é utilizar sistemas e recursos disponíveis de RA com o intuito de promover métodos de ensino cartográfico, para o público-alvo de estudantes de graduação: usuários e/ou produtores de informações cartográficas. A metodologia está embasada em uma pesquisa teórica inicial sobre aplicações dessa tecnologia na cartografia, seguida de uma análise dos potenciais usos cartográficos de softwares de RA extremamente difundidos para os sistemas iOS e Android, como por exemplo o app Pokémon Go, apresentado como alternativa percepção interativa do espaço geográfico, como mostra o artigo “Location Spoofing in a Location-Based Game: A Case Study of Pokémon Go” apresentado na Iternational Cartographic Conference de 2017. O outro método mostra o emprego de plataformas de visão computacional para se calcular o ponto de vista do usuário, e em tempo real, usando algoritmos de reconhecimento de padrões para calcular a posição, atitude e orientação da câmera/ usuário relativamente aos alvos ou marcadores fiduciais, permitindo ao sistema sobrepor objetos virtuais tridimensionais aos elementos reais. É o caso da a biblioteca ARToolKit. Esse tipo de tecnologia emprega desde dispositivos móveis como tablets até estruturas mais robustas que combinam uma caixa de areia delimitada, com equipamentos de projeção de imagens (datashow), Kinect XBOX para detecção de movimento e um computador pessoal. Por fim, um conjunto de testes de percepção, interatividade e conhecimentos cartográficos foi proposto e aplicado a um grupo de usuários, visando analisar estatisticamente o comportamento dessa amostra e também compreender qualitativamente a apreciação dessas tecnologias para o aprendizado.

Keywords

Geovisualização; Realidade Aumentada; Ensino de Cartografia

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